Além da ética no uso do Serviço de Radioamador, é necessário que o candidato ou radioamador também conheça a TÉCNICA OPERACIONAL.
A exemplo da ética operacional, os conhecimentos da técnica operacional serão objeto de avaliação, para ingresso no serviço de radioamador, conforme previsto no citado art. 33.
A seguir, apresentamos algumas orientações sobre esse assunto:
1 Antes de fazer um CQ, certifique-se de que a QRG está desocupada.
2 Quando você contestar um CQ, sintonize seu equipamento “beat zero” na QRG do colega, a fim de facilitar sua recepção. A única exceção a essa regra ocorre no caso de operação “split”, previamente anunciada. Além disso, tenha em mente que nossas faixas estão, cada vez mais, tornando-se pequenas diante do crescente número de radioamadores.
3 Identifique-se pelo menos a cada 5 minutos, bem como no início e fim de QSO. Estas são regras aceitas internacionalmente.
4 A estação que, pela ordem, está para usar a freqüência, é a única que deve atender a outra que chamar e se identificar num espaço entre câmbios. A razão para isso é manter a seqüência da rodada.
5 Nunca tente transmitir “sobre” outra estação. Primeiro, porque é ilegal ! E segundo, porque prejudica a todos.
6 Se você pensa que está modulando juntamente com outra estação, desligue o PTT ou VOX e ouça para certificar-se.
7 É sinal de prática operacional deficiente deixar a freqüência “a quem de direito”, pois, normalmente gera certa confusão logo após.
8 Se para uma estação é cedida a QRG para fazer uma chamada rápida a alguém, a conversação entre elas deve ser a mais breve possível ou ambas as estações devem mudar de QRG.
9 A palavra “break” é estritamente reservada para tráfego de emergência.
10 Não opere em freqüências que não lhe são permitidas.
11 Mantenha-se permanentemente atualizado com a legislação radioamadorística. Tenha sempre presente os termos em que lhe foi conferido o privilégio de ser radioamador.
12 Não utilize as faixas para propaganda de atividade comercial, política ou religiosa. Abstenha-se também de atos que se caracterizam como mercantilização do radioamadorismo. Além de ser ilegal, sua conduta estará sendo observada pelos companheiros.
13 Cada radioamador tem o direto de procurar alcançar os objetivos legalmente abrangidos pela sua licença. Contudo, tem o dever de evitar causar inconveniências aos outros.
14 Se há um estreito segmento de faixa que é utilizado para comunicados internacionais (DX), evite utilizá-lo para bate-papos.
15 Respeite os segmentos das bandas destinados às diversas práticas operacionais. Há espaço suficiente para a convivência harmônica e pacífica de todas as modalidades radioamadorísticas.
16
17 Nos bate-papos locais diários, dê preferência para a utilização das bandas baixas (40 e 80 metros) ou, então, utilize as bandas altas de VHF/UHF (50, 144 e 430 Mhz).
18 Normalmente os comunicados a longa distância têm preferência sobre os locais.
19 Na ânsia de faturar um QSO, evite atropelar indevidamente a QRG, ocupando-a antes da conclusão do contato anteriormente estabelecido. Se você perceber que um colega iniciou a contestação a um CQ, espere o resultado da contestação. Conforme a atuação do colega que chamou o CQ, respondendo ou não a contestação, caberá então a você fazer sua chamada.
20 Nos DX e “pile-up”, respeite a ordem natural dos QSO, evitando beneficiar esta ou aquela estação. Em casos excepcionais, essa prática poderá ser admitida apenas se a estação favorecida for QRP.
21 Em CW use os sinais internacionalmente recomendados, principalmente no término de cada câmbio a fim de evitar que escutas impacientes possam prejudicar o QSO.
22 Considera-se que um comunicado é válido quando as duas estações tenham trocado os indicativos e as reportagens de forma correta.
23 Quando uma estação faz um CQ dirigido acrescentando a zona geográfica com a qual pretende contatar (CQ Ásia, CQ Europa, CQ África, CQ ... ) somente se pode contestá-la quando se estiver na região ou país indicados por quem efetuou a chamada. Caso contrário só irá atrapalhar, pois ele precisa daquele local para seu esquema de operação.
24 Seja breve, preciso e conciso nos contatos DX. Nos “pile-up”, então, dê o indicativo, reportagem e... nada mais.
25 Em CW nunca transmita acima da velocidade com que foi contestado.
26 Não faça CQ intermináveis. Faça chamadas curtas. A maioria dos operadores de CW fazem QSY ao ouvirem CQ intermináveis.
27 Em DX estabelecido o contato cite os indicativos uma ou no máximo duas vezes.
28 Em DX, Repita somente palavras e dados "chave". Não transmita em QSZ (repetição de todas as palavras).
29 Em telegrafia respeite os espaços., não emende as letras. O ritmo é mais importante que avelocidade. Lembre-se, nossas faixas destinam-se aos amadores.
30 Não se preocupe em transmitir depressa. Use cadência moderada, porém, a mais perfeita possível. Um telegrafista é julgado também pela sua capacidade de receber e não apenas pela sua velocidade e cadência de transmissão.
31 A operação CW em alta velocidade pode e deve ser utilizada, desde que ambas as estações estejam em condições de fazê-lo e se entendam perfeitamente.
32 Quando ouvir em CW um colega emitir as letras CL em final de QSO, não insista. Será falta de cortesia para com a outra estação que já declarou sua intenção de fazer QRT.
33 Em comunicado “pile-up” evite pedir informações, pois a estação DX sempre passa os dados do respectivo MANAGER.
34 Jamais faça interrogatório quando contatar com um indicativo especial. A única pergunta cabível é "PSE MANAGER?",ou "QSL INFO?" para saber por intermédio de quem devemos mandar o QSL.
35 Entretanto, em um "pile-up" isso deve ser evitado, pois a estação DX sempre passa os dados do respectivo MANAGER. Imagine como ficaria o rendimento da estação DX se a cada contato tiver que informar o QSL MANAGER
36 Escute bastante antes de tentar “faturar” uma figurinha... Ao se defrontar com um “pile-up” evite oferecer o próprio indicativo sem antes saber de quem se trata e depois perguntar “PSE UR CALL?”.
37 Se a estação DX opera em “SPLIT” e você não tem condições de fazê-lo, esqueça a figurinha, senão ficará perturbando os outros com sua chamada sem a mínima possibilidade de contato.
38 As extremidades de cada faixa são usadas para comunicados mais difíceis, DX e Dxpedições. Tente sempre se lembrar disso. Assim, Não use o início de cada subfaixa para contestes, contatos QRS ou bate-papo local.
39 Antes de acessar uma repetidora, primeiro escute para familiarizar-se com as características de seu funcionamento. Para iniciar um contato comunique que você está na freqüência, informando seu indicativo de chamada.
40 Faça uma pausa entre as transmissões. Isso permitirá que os outros radioamadores também comuniquem a presença na freqüência.
41
42 Não é bom procedimento acionar várias vezes uma repetidora sem identificar-se.
43 Faça câmbios curtos para garantir a durabilidade do equipamento e “espaço” para os demais radioamadores. O monólogo pode impedir que alguém com uma emergência utilize a repetidora, ou a QRG. Se o monólogo for suficientemente longo, pode consumir o tempo do temporizador da repetidora, caçando-a.
44 Utilize comunicado simplex, sempre que possível. Se puder terminar um QSO em uma freqüência direta, não há necessidade de manter a repetidora ocupada e impedir os demais a utilizem.
45 Utilize a mínima potência necessária para manter a comunicação. Além de não forçar o equipamento, minimiza a possibilidade de acionar outra repetidora mais distante, que porventura utilize a mesma freqüência.
46 Algumas repetidoras estão equipadas com “autopatch” (conexão com rede telefônica) que, corretamente utilizado, proporciona muitas facilidades. Entretanto, os abusos do privilégio do “autopatch” podem levar à sua perda.
47 Os radioamadores devem conduzir-se nas faixas com integral respeito às normas legais, sobretudo as que regulam o Serviço de Radioamador.
48 Nossas obrigações perante aos demais colegas radioamadores não se limitam apenas a dispositivos regulamentares. Mais importante é o uso do bom senso e de cortesia recíproca, ao compartilharmos as frequências que nos são destinadas.
49 O radioamadorismo é um contínuo processo de aprendizado. Nós aprendemos através de instruções e exemplos.